Agência Brasil
Quando uma pessoa passa mal em um
voo, a tripulação pergunta aos passageiros se existe algum médico a bordo. É
obrigação ética do médico se apresentar para ajudar no atendimento do
passageiro. Para dar essas orientações aos médicos, o Conselho Federal de
Medicina (CFM) lança hoje (12) a cartilha Medicina aeroespacial: orientações
gerais para médicos a bordo.
A publicação será disponibilizada
para pacientes, médicos e companhias de aviação e traz informações sobre como
agir nessas situações, especialmente pelo fato de estarem em um ambiente
estranho, onde as condições de temperatura e pressão são diferentes e o espaço
físico é limitado. Mesmo que os tripulantes recebam treinamento para situações
de emergência, a ajuda de passageiro médico a bordo pode ser solicitada em
casos mais graves.
O coordenador da Câmara Técnica
de Medicina Aeroespacial do CFM, Emmanuel Fortes, diz que os temas relacionados
à altitude e à adaptação do corpo a essas condições não são tratados com
profundidade nas faculdades de medicina. “Hoje as estatísticas mostram que
quase 3 bilhões utilizam o transporte aéreo anualmente. Metade da população
está voando, então temos que ter cuidado mesmo”, diz Fortes.
Entre os problemas de saúde mais
frequentes em voos estão desmaios, sintomas respiratórios e cardíacos,
convulsões, náuseas, vômitos e reações alérgicas. Segundo a CFM, as ocorrências
médicas a bordo são decorrentes de estresses fisiológicos relacionados à
altitude, e podem agravar-se com doenças preexistentes dos passageiros.
A legislação brasileira obriga as
empresas aéreas a disponibilizarem, em aviões comercias, o chamado Conjunto
Médico de Emergência, que contém medicamentos como analgésicos, antialérgicos,
além de adrenalina, seringas, agulhas e equipamentos como desfibrilador e
estetoscópio.